Publicado por: ana.santos, em 18/10/2010
Debates pontuaram a 22ª reunião ordinária do Conselho Nacional de Juventude (Conjuve). A tarde do primeiro dia do encontro foi destinada ao aprofundamento da discussão acerca de questões importantes para o cenário do movimento juvenil.
O primeiro debate foi organizado pela comissão de comunicação. Na mesa o coordenador da comissão Nilton Lopes e o secretário nacional de articulação social da Presidência da República, Gerson Luiz de Almeida, falaram sobre dificuldades e perspectivas na construção de uma comunicação que atenda as expectativas da juventude brasileira.
Em sua intervenção, Nilton Lopes traçou um comparativo entre as propostas aprovadas na 1ª Conferência Nacional de Comunicação e na 1ª Conferência Nacional de Juventude, através do documento “O que a juventude quer?” (disponível aqui). Ele afirmou que é preciso reconhecer a juventude como público prioritário da política de comunicação e dedicar atenção especial às iniciativas voltadas à educação e a construção de um esforço coletivo pela acessibilidade.
Gerson Almeida também abordou questões relacionadas à Conferência de Comunicação, da qual participou ativamente como representante da Secretaria-Geral da Presidência da República. Ele defendeu orçamentos participativos para o setor e a escolha de bandeiras prioritárias entre as reivindicações do movimento. Almeida argumentou, ainda, que as conferências são espaços democráticos que acumulam grande potencial na construção de uma agenda positiva para a comunicação e citou o plano nacional de banda larga que tem grande potencial democrático e, entre outras coisas, será um grande passo para o acesso à informação.
Drogas, Saúde e Repressão
Participaram do segundo debate da reunião os conselheiros Thiago Moraes (mediador) e Ismênio Bezerra, além da doutora Paulina Duarte, secretária-adjunta da Secretaria Nacional sobre Drogas, e Sérgio Vidal, conselheiro do Conselho Nacional sobre Drogas. Ao iniciar a atividade Thiago Moraes fez um breve histórico das ações do Conjuve com relação ao tema. Ele falou sobre a descontinuidade do grupo interministerial e da participação do Conjuve no seminário sobre drogas realizado pelo Ministério da Saúde.
Paulina Duarte, em sua apresentação, falou que o tema “crack” é alvo de discussão já há algum tempo no Conselho Nacional sobre Drogas e apresentou o plano integrado de enfrentamento ao crack e outras drogas. Ela afirmou que não há modelos de tratamento com resultados e por isso o trabalho é ainda mais difícil. “Para trabalhar com dependência de drogas é preciso gostar, estudar e ter tolerância à frustração”, enfatizou.
A secretária-adjunta falou ainda sobre a importância de capacitar os profissionais das áreas de direito para lidar com os dependentes de drogas e da necessidade de fortalecimento dos modelos de saúde e assistência social. Ela defendeu que a capacitação é a chave para o enfrentamento dos problemas causados pelo uso de drogas.
O antropólogo Sergio Vidal traçou um paralelo entre as diversas culturas humanas situando o uso de drogas por várias sociedades ao longo dos tempos. Ele acredita haver certo alarmismo com relação ao uso do crack e defendeu que o país reveja sua posição em negar as propriedades medicinais da Cannabis Sativa, popularmente conhecida como maconha. Durante o debate, entre outras questões, foi proposto que o Conjuve promova um seminário para aprofundar sua opinião.
Ana Cristina Santos
Ascom/Conjuve
Ascom/Conjuve
FONTE: http://coletivodar.wordpress.com/2010/10/20/conjuve-debate-comunicacao-drogas-e-juventude/
Nenhum comentário:
Postar um comentário