Para os ritos de passagem de meia-idade, algumas famílias estão acrescentando outro elemento: a compra de maconha para pais idosos.
Bryan, 46 anos, um escritor que vive em Illinois, começou a fornecer maconha a seus pais há cinco anos, depois que ele lhes contou sobre o seu próprio uso. Quando estava crescendo, ele contou, seus pais eram muito rigorosos com as drogas ilegais. "Nós o teríamos castigado ", disse sua mãe, que tem 72 anos.
Foto: AP
Plantação de maconha em fazenda na Califórnia, EUA
Mas com a idade e a crescente aceitação da maconha medicinal, seus pais ficaram curiosos. Seu pai tinha uma doença cardíaca, sua mãe sentia tonturas e náuseas, e ambos estavam preocupados com a doença de Alzheimer e o câncer. Eles leram algumas pesquisas e decidiram que a maconha valia o teste.
Bryan, que, como outros entrevistados para a reportagem se recusou a usar seu nome completo por razões jurídicas, começou a fazer brownies com a droga.
O Estado de Illinois não permite o uso medicinal da maconha, embora 14 Estados e o Distrito de Colúmbia o façam nos Estados Unidos.
Drogas pesadas
Na sua idade, sua mãe disse, eles não estavam preocupados que o uso os levaria a drogas mais pesadas, algo que tinha sido uma de suas preocupações com Bryan.
A história dessa família ainda é rara. Menos de 1% das pessoas acima de 65 anos disseram ter fumado maconha no ano passado, de acordo com uma pesquisa realizada em 2009 pelo governo federal. Mas, conforme a geração que abraçou a maconha na adolescência passa à meia idade, os médicos esperam ver um uso cada vez maior de maconha por seus pacientes idosos.
De pessoas com idades entre 50 e 65 anos, 4% disseram ter fumado maconha – um número cerca de seis vezes maior do que o de pessoas de 65 anos ou mais – sugerindo que eles eram mais propensos a continuar os padrões de uso de drogas que estabeleceram em sua juventude.
Em ambos os grupos etários, a taxa de uso de maconha foi muito baixa, cerca de 1 em 800 pessoas.
Os canabinóides, agentes ativo da maconha, se revelaram promissores como analgésicos, especialmente para dor decorrente de danos nos nervos, disse o Seddon R. Savage, especialista em dor e presidente da Sociedade Americana da Dor, um grupo de profissionais da área médica.
Dois medicamentos com canabinóides são aprovados para uso no país, mas apenas para tratar náuseas e perda de apetite. E, embora estudos preliminares sugiram que os canabinóides podem ajudar no combate ao câncer e reduzir os espasmos em pessoas com esclerose múltipla ou doença de Parkinson, os resultados têm sido mistos.
*Por John Leland
FONTE:http://ultimosegundo.ig.com.br/mundonyt antes+um+assunto+delicado+maconha+agora+une+familias+nos+eua/n1237804175457.html
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