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segunda-feira, 18 de abril de 2011

Médicos defendem maconha terapêutica

O lançamento mundial de um medicamento produzido à base de maconha pela farmacêutica britânica GW Pharma, e que será comercializado na América do Norte e na Europa pelo laboratório Novartis, reacendeu as discussões entre os especialistas brasileiros sobre o uso medicinal da droga no País. Por aqui, o princípio ativo do remédio (Sativex), usado para aliviar a dor de pacientes com esclerose múltipla, não é permitido.  

O Brasil é signatário de tratados diversos que consideram a substância ilícita, o que dificulta inclusive o desenvolvimento de pesquisas científicas sobre as propriedades terapêuticas da planta e suas reações no cérebro.  Pesquisadores ouvidos pelo JT comparam a importância do estudo da cannabis sativa (nome científico da maconha) com a relevância do ópio para o desenvolvimento da morfina – medicamento essencial para o tratamento da dor aguda. E reforçam o argumento de que a possibilidade de uso medicinal não é sinônimo de liberação ou legalização da droga.  

"O medicamento tem estudo clínico, existem proporções corretas das substâncias usadas, imprescindíveis ao seu funcionamento", defende Hercílio Pereira de Oliveira Júnior, médico psiquiatra do Programa Interdisciplinar de Estudos de Álcool e Drogas (Grea) da Universidade de São Paulo (USP).  De acordo com Oliveira Júnior, ao contrário do remédio, a droga ilícita não tem padrões de equilíbrio entre os substratos terapêuticos e pode causar danos à saúde de quem a consome. 

"Pode ampliar a ansiedade, causar um estado depressivo e psicótico, com alucinações, e problemas pulmonares provocados pelo ato de fumar."  Perspectivas  Estudos comprovam que a cannabis reduz os efeitos colaterais da quimioterapia, como náusea e vômito, estimula o apetite em pacientes com aids, pode ser usada para tratar o glaucoma e aliviar a dor crônica. "As perspectivas científicas mostram que vale a pena aprofundar os estudos sobre a planta", avalia Oliveira Júnior.  

O Sativex, por exemplo, não é vendido como cigarro – e sim na forma de um spray. Sua composição reúne apenas dois substratos da maconha: o delta9-tetraidrocanabinol e o canabidiol.  "Não causa mais ou menos dependência do que calmantes e antidepressivos. A dependência não é argumento considerável para proibir até mesmo a pesquisa", diz Dartiu Xavier da Silveira, professor livre-docente em Psiquiatria da Universidade Federal de São Paulo.  

Defensor da criação de uma agência reguladora para o setor, Oliveira critica a legislação restritiva brasileira e afirma que o preconceito trava a pesquisa de medicamentos que poderiam ser desenvolvidos até para tratar a dependência química.  "A questão não é proibir, mas controlar. Não se proíbe a morfina porque algumas pessoas fazem mau uso", avalia. O psiquiatra lembra que não é necessário o plantio em terras brasileiras da maconha para os estudos. "Para pesquisa, podemos importar."  

Diretor do Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas (Cebrid) da Unifesp, o psicofarmacologista Elisaldo Carlini também acredita que o Brasil está atrasado em relação às pesquisas sobre o potencial terapêutico da maconha por puro preconceito.  "No século passado, foi considerada droga diabólica e só nos últimos 30 anos é que se retomaram os estudos terapêuticos", conta Carlini. De acordo com ele, pesquisas mostraram que o cérebro humano possui ramais de neurotransmissores e receptores sensíveis ao estímulo da cannabis. 

O sistema foi chamado de endocanabinoide, que, se cientificamente estudado e estimulado, pode levar ao alívio ou à cura de várias doenças.  Legislação  Até o momento, a legislação brasileira proíbe o consumo de qualquer medicamento à base de maconha. Mas uma decisão judicial pode autorizar seu uso em casos específicos.  A comercialização do Sativex ainda não foi autorizada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Procurada pelo Jornal da Tarde, a agência não se manifestou sobre o assunto.

FONTE: Estadão

terça-feira, 12 de abril de 2011

Extracto tópico de cannabis pode ser nova arma contra o cancro da pele

Especialistas da empresa de biotecnologia Cannabis Science Inc., nos EUA, anunciaram que a aplicação tópica de um extracto de cannabis é eficaz no tratamento do carcinoma basocelular, avança o portal ISaúde.

Actualmente, há muitas controvérsias no que diz respeito aos efeitos que os canabinóides têm sobre o cancro. Endocanabinóide, fitocanabinóides e canabinóides sintéticos têm demonstrado propriedades anti-cancro e anti-metástase em cultura de tecidos e em modelos animais.

Até hoje nenhum ensaio clínico formal e aprovado, que poderia comprovar ou refutar o potencial terapêutico de extractos de cannabis para o tratamento de cancros, foi realizado. No entanto, um número significativo de observações casuais sugere que as pessoas que sofrem de uma variedade de cancros parecem ter sido curadas pelo uso de um produto conhecido como "Óleo de cânhamo Rick Simpson".

Os especialistas afirmam que existe uma ignorância generalizada sobre o uso de endocanabinóide por profissionais médicos e leigos.

O primeiro indício de que existia um sistema endocanabinóide resultou de um estudo publicado em 1988. Em função do preconceito de políticas sociais contra a cannabis medicinal, alimentada por décadas de desinformação, a Cannabis Science optou por um caminho que acreditam ter maior probabilidade de sucesso para ser aprovado.

FONTE: http://www.pop.eu.com/news/4560/26/Extracto-topico-de-cannabis-pode-ser-nova-arma-contra-o-cancro-da-pele.html

Medicamentos à base de maconha ganham sinal verde

A gigante farmacêutica Novartis assinou um acordo para vender um medicamente à base de maconha na Austrália, Ásia, Oriente Médio e África. A droga combina dois componentes ativos da cannabis que combatem movimentos musculares involuntários em pessoas com múltipla esclerose. As informações são site Live Science.
O Sativex já está à venda no Reino Unido e na Espanha e está sendo testado no alívio de dores causadas pelo câncer nos Estados Unidos. "Atrair uma empresa do calibre da Novartis nos dá a entender de que existe ciência séria apoiando esta área", disse ao site Live Science Justin Gover, diretor da GW Pharma, produtora do Sativex.
Porém o diretor rejeita a ideia de que o progresso do Sativex acrescenta respeitabilidade ao uso da maconha comum para tratar dores e outros. "A maconha medicinal é uma abordagem do passado", finaliza Gover ao site.

FONTE: http://noticias.terra.com.br/ciencia/noticias/0,,OI5072881-EI8147,00-Medicamentos+a+base+de+maconha+ganham+sinal+verde.html

domingo, 10 de abril de 2011

Vendas do livro Cannabis Medicinal - Introdução ao cultivo indoor



Como forma de arrecadar fundos para a marcha da maconha, estamos vendendo o livro Cannabis Medicinal – Introdução ao Cultivo Indoor, do Sergio Vidal, no valor de R$ 29.90. Quem desejar comprá-lo, só enviar o pedido para coletivocannabisativa@hotmail.com. Quem morar fora de Natal a venda está sendo feito da mesma forma, e o frete para qualquer lugar é R$3.00. 
O livro foi escrito para atender uma lacuna existente na literatura brasileira a respeito da planta Cannabis sativa. Cannabis Medicinal – Introdução ao Cultivo Indoor é o primeiro livro em português a respeito do tema e é fruto de uma extensa pesquisa de revisão bibliogŕafica. Osmose, transpiração, respiração, pH, dióxido de carbono, condutividade elétrica, fotosíntese, clonagem, floração e lumens, são apenas alguns exemplos dos temas discutidos aqui. Esta obra trata sobre esses e diversos outros assuntos do interesse de pessoas que trabalhem em estabelecimentos autorizados legalmente a cultivar cannabis, ou de pesquisadores ou leigos no assunto, que pretendam ampliar seus conhecimentos sobre a planta.

quinta-feira, 31 de março de 2011

SAG autoriza la primera plantación de marihuana

Según se informó a La Hora, el predio está ubicado en la ciudad de Los Ángeles y el uso de la cannabis será medicinal.

El 31 de enero pasado el Servicio Agrícola y Ganadero entregó el primer permiso en Chile bajo la ley Nº 20.000 para la plantación de marihuana. "Autorízase la siembra, plantación, cultivo y cosecha de especies vegetales del género cannabis", dice el informe entregado a La Hora.

Hace dos años que la empresa Agrofuturo había solicitado el pase para poder utilizar las plantas con fines medicinales. Finalmente cumplieron con las disposiciones que especifica la ley y se tomaron en cuenta también los informes de la Intendencia Regional del Biobío y de los organismos policiales correspondientes.
El predio destinado para este acto pionero en el país está ubicado en el sector El Álamo, comuna de los Ángeles, Región del Biobío, y posee unos 3.990 metros cuadrados.

En el documento se especifica que el lugar deberá estar "íntegramente cerrado" con un cerco de 1,8 metro de altura y siete hebras de alambre de púas. Además tendrá un segundo cerco, distanciado por cinco metros desde el borde, cuya altura debe alcanzar los dos metros, con una malla acma, cubriendo una superficie de 2.660 metros cuadrados. "Se dejará una banda de seguridad de cuatro metros, desde la cual se construirán las instalaciones", se indicó.

El único permiso que falta es el del Instituto de Salud Pública, entidad encargada de entregar la venia para que el privado pueda crear el medicamento que servirá para aquellas personas que padecen de cáncer, Sida y esclerosis múltiple, dijeron desde la empresa.

La siembra, según indicaron, comenzará entre junio y agosto, razón por la que querían mantener en secreto la información hasta esos meses y evitar "segundas lecturas" de la autorización.

A Agrofuturo se le solicitó un sistema de seguridad que impida el acceso al lugar de cualquier persona que no esté directamente encargada del cultivo. Además, la semilla destinada al cultivo deberá mantener registros actualizados de internación, ingreso a bodega y salidas a predio, que permitan una permanente "rastreabilidad física y documental del material". El traslado de semilla desde la bodega al lugar de siembra tendrá que ser previamente comunicado, por escrito, a la oficina SAG Los Ángeles.

Tanto para siembra como para cosecha se debe avisar previamente a la autoridad. En el primer caso se hará con treinta días de anticipación y en el segundo caso con sesenta días.

Autorización

Leonidas Valdivieso, director del SAG Región del Biobío, señaló que el 30 de septiembre de 2009 la empresa planteó la inquietud. "Han sufrido negaciones y seguían insistiendo. Cumplieron con los requisitos y tuvimos que aceptar", dijo.

Respecto de las voces que surjan contra el proyecto, la autoridad indicó que "puede haber gente que no le guste, como pasa en todas las cosas", pero "cumplimos con lo que la ley nos mandata".

Además, comentó que es la primera gestión de este tipo que se hace en la región. Por eso no cree que con esta información comiencen a surgir nuevos interesados. "Yo no quiero empezar a elucubrar que alguien piense que éste es un buen negocio", dijo.

Lo que más les preocupa como entidad es que se cumpla con la ley ya que los permisos se otorgaron hasta el 31 de mayo del 2012. En caso de que no se respeten las disposiciones y se caiga en delito, se hará la denuncia respectiva al Ministerio Público.

FONTE: http://lahora.cl/2011/03/31/01/noticias/pais/9-7817-9-sag-autoriza-la-primera-plantacion-de-marihuana.shtml

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Cápsula de maconha trata pacientes com fobia social

JULLIANE SILVEIRA
DE SÃO PAULO

Uma substância extraída da maconha ajuda a tratar pacientes com fobia social. É o que mostram dois estudos inéditos da USP de Ribeirão Preto com pacientes que ingeriram cápsulas de canabidiol, um dos 400 compostos encontrados na erva.
Em um dos trabalhos, dez pacientes foram avaliados por imagens do cérebro: após o consumo do remédio, as áreas cerebrais que são hiperativadas nos doentes tiveram atividade reduzida.
Isso indica que a substância pode atuar diretamente na região e minimizar os sintomas desse tipo de fobia.
A outra pesquisa analisou os níveis de ansiedade de 36 pessoas que tiveram de falar em público -uma das situações mais complicadas para quem tem o transtorno.
Todos tiveram de fazer um discurso de quatro minutos em frente a uma câmara -24 deles tinham a doença e 12 ingeriram canabidiol.
Os voluntários com fobia social que tomaram a cápsula apresentaram sinais de ansiedade semelhantes aos dos saudáveis. Já os doentes que ingeriram placebo mantiveram os padrões de ansiedade causados pela fobia.
Os mecanismos de ação da substância ainda não são bem conhecidos pelos pesquisadores. Mas já se sabe que o canabidiol tem um efeito tranquilizante mesmo em pessoas saudáveis.
A fobia social pode ser tratada com remédios e psicoterapia. Mas as drogas podem demorar até 20 dias para ter efeito e causar dependência.
"Nesse experimento, observamos o efeito com uma única dose, o que faz supor que o canabidiol tenha a vantagem de começar a agir de imediato", diz o psiquiatra Antonio Zuardi, do departamento de neurociências e ciências do comportamento da Faculdade de Medicina da USP de Ribeirão Preto.
Para os pesquisadores, os resultados também ajudam a explicar por que pacientes com transtornos de ansiedade fumam maconha com mais frequência do que a população geral.
"Talvez eles não procurem a droga pelo "barato", mas pela ação do canabidiol. Seria uma forma de automedicação. O problema é que eles consomem junto outras substâncias com efeitos negativos", afirma José Alexandre Crippa, também psiquiatra da USP de Ribeirão Preto.
No Brasil, ainda não há autorização para o uso terapêutico de nenhuma substância derivada da cânabis. 






FONTE: http://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/763183-capsula-de-maconha-trata-pacientes-com-fobia-social.shtml




terça-feira, 23 de novembro de 2010

Maconha é motivo de orgulho nas montanhas do Colorado

Milhões de americanos expressaram sua opinião sobre maconha nas recentes eleições de meio de mandato. No Colorado, 24 comunidades votaram para banir ou restringir lojas que vendem maconha legalmente, para uso médico. Na Califórnia, os eleitores se dividiram na questão da legalização da erva para uso recreativo – envolvendo itens como saúde, criminalidade e impostos – e votaram contra.

Mas aqui em Nederland foi apenas mais um belo dia nas montanhas.

A maconha tem estado em voga neste posto avançado da contracultura, a 2.438 metros de altura nas Montanhas Rochosas e uma hora a noroeste de Denver, desde os dias dos "bagulhos" do tamanho de um cigarro de Bob Marley e das piadas de Cheech e Chong.

A julgar pelos números, as coisas não mudaram tanto.

Uma aumento expressivo nas vendas de maconha para uso medicinal no último ano aqui no Colorado, assim como no Distrito de Columbia e outros 13 estados onde esse uso é permitido, certamente trouxe um novo elemento para a mistura. Lojas como a Grateful Meds, um dos sete fornecedores de maconha para uso medicinal em Nederland, cuja população é de 1.400 habitantes, agora possuem advogados para o cumprimento da lei e recibos de recolhimento de impostos sobre vendas na gaveta de dinheiro.

Mas maconha ainda é maconha, e a posição de Nederland sobre o que John Denver imortalizou como "a viagem das Montanhas Rochosas do Colorado" não mudou.

Registros estaduais mostram que a concentração de pacientes que utilizam maconha para fins medicinais e lojas que vendem cannabis para esse fim é maior nesta antiga área hippie do Colorado do que em qualquer outro local do estado.



Em Gilpin County, por exemplo, que começa na entrada de Nederland, quase um em cada 20 moradores se qualifica para o tratamento com cannabis – o nível mais alto no Colorado, e mais de três vezes a média do estado. A lei estadual, aprovada por um referendo de eleitores em 2000, permite o tratamento com maconha para uma lista de enfermidades, de câncer a dor crônica, se um médico verifica a necessidade.

E os médicos vêm fazendo um favor. O padrão "doente o suficiente para fumar maconha" se estende pelo oeste de Nederland, através de um arquipélago de comunidades que foram igualmente tingidas de tie-dye uma geração atrás e agora são a base para a indústria de turismo e resorts do estado.

Os condados de Summit e Pitkin, lar de cidades conhecidas pela prática de esqui, como Breckenridge, Keystone e Aspen, se orgulham de uma cultura saudável de atividades a céu aberto, mas também possuem uma quantidade desproporcional de casos de dor debilitante diagnosticada em jovens rapazes na casa dos 20 e poucos anos, como mostram registros do estado.

"Quem imaginaria dores tão severas afligindo os homens do Colorado?", disse Ron Hyman, registrador do estado de estatísticas e diretor do programa de maconha para uso medicinal do Departamento de Saúde Pública e Ambiente do Colorado.

Moradores de Nederland, como Hal Mobley, 56 anos, que estava a caminho da barbearia, perguntou mais ou menos a mesma coisa. A maconha faz parte da vida local, ele disse – não está mais disponível, nem menos, o uso continua o mesmo de décadas atrás.

"É para dor?", ele disse, protegendo os olhos por causa do sol.



Bem, a maconha também é um bom remédio para o orçamento municipal de Nederland. A arrecadação de impostos está em alta – em parte devido aos turistas que gastam dinheiro em restaurantes e lojas, mas muito mais em decorrência das vendas de maconha.

Somente em junho, enquanto muitas comunidades nos Estados Unidos ainda sofriam com a estagnação econômica, os impostos sobre vendas coletados em Nederland subiram 54% em relação a junho de 2009. Sem o imposto coletado sobre a maconha, o aumento seria de 22%.

"Já estava aqui, provavelmente uma capacidade ilegal, há muito tempo, mas agora há uma oportunidade para a indústria", disse o prefeito de Nederland, Sumaya Abu-Haidar. "Há uma oportunidade de livre iniciativa, para as pessoas ganharem a vida de uma forma que não estava disponível antes".

Philip Dyer, 45 anos, músico local, colocou de outra forma. O governo, ele disse, "finalmente ficou esperto o suficiente para regular e cobrar o preço".

Defensores da maconha para uso medicinal dizem que o padrão – uso medicinal mais predominante em lugares de uso historicamente recreativo – é simplesmente um reflexo do melhor conhecimento sobre a droga e suas propriedades. Pessoas de comunidades onde a maconha é aceita, eles dizem, sabem mais sobre seus benefícios medicinais do que a população de outras partes do estado, onde os pacientes de maconha são raros.

Mesmo assim, os moradores dizem que as coisas estão mudando.

De acordo com autoridades municipais, uma mudança demográfica nos últimos anos, com mais famílias, profissionais, trabalhadores da área de tecnologia e pessoas que trabalham em casa, criou tensões sobre questões de crescimento, desenvolvimento, turismo – e maconha, com muitos dos recém-chegados menos entusiasmados do que a velha guarda em relação à reputação de "maconheira" de Nederland.

No início deste ano, Nederland se tornou a terceira comunidade no Colorado a descriminalizar o uso recreativo da maconha. Porém, o voto, em grande parte simbólico, já que o uso recreativo ainda é ilegal de acordo com leis estaduais e federais, dividiu profundamente a comunidade. A legalização foi aprovada, mas por apenas 41% dos 477 votos computados. Uma proposta para realizar um festival de cannabis na cidade enfrentou grande oposição e foi recusado.

Entretanto, a cidade ainda tem reputação de ter boa maconha, um orgulho sobre o qual a advogada da Grateful Meds, Susan Eisman, fica feliz em falar, durante uma visita à loja. Enquanto muitas lojas têm talvez cinco variedades de maconha à disposição, a Grateful Meds possui 30, e atende a cerca de 300 pacientes.

"Temos pacientes que vêm de todo o estado do Colorado", disse Eisman. "E o principal motivo é a qualidade, quantidade, seleção e reputação. Outro dia um paciente veio de Longmont, a uma hora daqui, porque gostava de um tipo particular de maconha e não consegue obtê-lo em nenhum outro lugar."

FONTE: http://gazetaweb.globo.com/v2/noticias/texto_completo.php?c=217010

sábado, 13 de novembro de 2010

Referendo no Arizona aprova legalização de maconha medicinal

Fica autorizado o consumo de 70 gramas a cada duas semanas.
Paciente pode plantar erva em casa se morar longe de farmácia


A partir deste sábado (13), o uso medicinal de maconha é legal no estado americano do Arizona. A apuração de votos de um referendo sobre o tema terminou neste sábado (13), com a vitória dos apoiadores da proposição 203 ("Arizona Medical Marijuana Act"), que legaliza o consumo de maconha exclusivamente para fins medicinais.
O "sim" venceu por uma diferença de 4.341 votos. Na contagem de votos, o apoio à proposição 203 superou a rejeição pela primeira vez ontem (12).
Com a decisão, o Arizona torna-se o 15º estado americano a permitir o uso medicinal de maconha.
Fica autorizado o consumo de aproximadamente 70 gramas a cada duas semanas.
A cada 10 farmácias, uma poderá vender maconha, contra apresentação de prescrição médica.
Quem mora a 40 quilômetros ou mais da farmácia autorizada mais próxima, poderá plantar maconha, desde que tenha uma receita médica válida.

FONTE: http://g1.globo.com/mundo/noticia/2010/11/referendo-no-arizona-aprova-legalizacao-de-maconha-medicinal.html

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Cientistas brasileiros querem derrubar barreiras à pesquisa com maconha

Em países como Estados Unidos, Canadá e Inglaterra, a indústria farmacêutica avança na produção de remédios com substâncias da planta. Entraves legais impedem investigações similares no Brasil

Jones Rossi
Linha de produção do Sativex, medicamento feito à base de substâncias extraídas da maconha.
Linha de produção do Sativex, medicamento feito à base de substâncias extraídas da maconha. (Divulgação)
 
Foi um brasileiro, o médico Pernambuco Filho, durante a II Conferência do Ópio da Liga das Nações, em 1924, que deu início à onda de combate à maconha no mundo inteiro
A maconha foi trazida ao Brasil por escravos africanos, ainda durante o período colonial. Disseminou-se entre índios, mais tarde entre brancos e, por algum tempo, sua produção chegou a ser estimulada pela coroa. Até a rainha Carlota Joaquina habituou-se a tomar chá feito com a erva, depois que a corte portuguesa se mudou para o Brasil, em 1808. A partir de meados do século XIX, circulou por aqui a ideia - importada da França - de que a Cannabis poderia ser usada com fins medicinais. Como anunciava uma propaganda das cigarrilhas Grimault, em 1905, a erva serviria para tratar desde “asmas e catarros” até “roncadura e flatos”.Em 1924, contudo, começou a difundir-se, não apenas no Brasil, mas em âmbito mundial, a tese de que o consumo da maconha era um mal. E um médico brasileiro teve papel importante nessa história.
Reprodução
Propaganda dos cigarros Grimault, de 1905
Propaganda dos cigarros Grimault, de 1905
Durante décadas, o ópio foi o maior problema de saúde pública relacionado às drogas. A Liga das Nações, uma espécie de embrião da Nações Unidas, promoveu duas conferências internacionais sobre o ópio. Na segunda conferência realizada em Genebra, em 1924, explica Elisaldo Carlini, professor do departamento de Psicobiologia da Universidade Federal Paulista (UNIFESP), “o representante brasileiro desandou a falar mal da maconha, dizendo que ela 'era pior que o ópio'”. 
A fala do médico brasileiro Pernambuco Filho está registrada em ata e entrou para a história por ter convencido, com o apoio do representante egípcio, os outros países a incluírem a maconha no rol de substâncias a serem combatidas junto com o ópio e a cocaína. O mais curioso é que Pernambuco Filho nunca tinha se pronunciado contra a maconha antes da conferência, nem voltou a referir-se a ela naqueles termos. Não se sabe por que ele comprou essa briga.
Volta do uso medicinal — A partir do testemunho do brasileiro a maconha caiu em desgraça, e a Convenção Única de Entorpecentes da ONU, realizada em 1961, reiterou as restrições à erva, inclusive para o uso científico. Pouco mais tarde, contudo, com o afrouxamento da proibição promovido por alguns países, como a Holanda, o uso medicinal e científico da maconha voltou a ser discutido seriamente. 
Uso medicinal não quer dizer, necessariamente, uso da maconha fumada. Novos remédios,  aprovados em países como Canadá e Estados Unidos, têm pouco a ver com as cigarrilhas Grimault do início do século passado. O Marinol, por exemplo, produzido nos EUA, é feito com THC (tetraidrocanabinol), a principal substância ativa da maconha, sintetizado quimicamente. Ele combate a caquexia, falta de apetite frequente em pacientes com câncer ou aids. O Sativex, desenvolvido na Inglaterra e hoje comercializado em mais de 20 países, alivia a dor em pacientes com câncer e também combate dores nervosas e sintomas da esclerose múltipla. Ele é vendido na forma de extrato de canabidiol, com aplicação em spray oral.
"Burocracia paralisante" - Enquanto laboratórios estrangeiros patenteiam medicamentos como esses, pesquisadores brasileiros se queixam - conforme declaração de um simpósio internacional realizado em maio deste ano, em São Paulo - da impossibilidade de realizar pesquisas com a planta por causa de uma "burocracia paralisante". Embora a lei que trata do assunto (a 11.343, de 2006) autorize o plantio para fins científicos, a obtenção de autorizações é difícil e excessivamente demorada.
Segundo Elisaldo Carlini, que hoje tem 80 anos e já estudava os efeitos da maconha na década de 1950 com o professor José Ribeiro do Valle (1908-2000), os dois remédios são exemplos claros de que a pesquisa com a Cannabis é promissora e deveria ser encarada de outra forma no Brasil. "O Brasil já ficou de fora de várias pesquisas internacionais porque não obteve a tempo as autorizações para cultivo da planta ou importação das substâncias ativas", diz ele. "Isso não faz sentido."
A opinião é compartilhada por Dartiu Xavier, coordenador do Programa de Orientação a Dependentes da UNIFESP (Proad). “É ridículo que, por causa de uma mentalidade fundamentalista, a gente não avance a ciência”, diz ele.
Divulgação
 Paciente usa o Sativex, medicamento feito à base de substâncias extraídas da maconha
Paciente usa o Sativex, medicamento feito à base de substâncias extraídas da maconha
Mas o que começou com um brasileiro pode terminar com a ajuda do Brasil. O Conselho Nacional de Políticas sobre Drogas (CONAD), que congrega inclusive cientistas ferrenhamente contrários à descriminalização da maconha, atualmente defende a retirada da droga da lista de “substâncias particularmente perigosas” da Convenção da ONU, o que abriria caminho para o plantio controlado, com finalidade científica, se tornar mais simples.
O simpósio científico mencionado acima também recomendou a criação de uma agência brasileira de Cannabis medicinal, que pudesse testar e aprovar medicamentos feitos à base de maconha ou produzidos a partir de suas substâncias. “Não fazemos apologia do uso da droga, não indicamos seu uso recreativo nem subestimamos seus riscos. Queremos simplesmente poder investigar o potencial terapêutico da planta”, afirma Xavier. “Ciência não combina com preconceito."
(Com reportagem de Natalia Cuminale)

FONTE: http://veja.abril.com.br/noticia/saude/cientistas-brasileiros-querem-derrubar-barreiras-a-pesquisa-com-maconha

domingo, 24 de outubro de 2010

Vídeos - Debate Folha de São Paulo sobre Legalização da Maconha

Segue os links dos vídeos feito pelo Coletivo Desentorpecendo a Razão, no debate que ocorreu dia 21.10, no prédio da Folha de São Paulo.


http://www.youtube.com/watch?v=lNxZsFOF9kg&feature=related ~Parte I
http://www.youtube.com/watch?v=lNxZsFOF9kg&feature=related ~Parte II
http://www.youtube.com/watch?v=YUC0EjQL1JY&feature=related ~Parte III
http://www.youtube.com/watch?v=25b_feSiH-4&feature=related ~Parte IV
http://www.youtube.com/watch?v=wm_qINOymmQ ~ParteV
http://www.youtube.com/watch?v=WfXl-KATnls ~Parte VI

Refrigerante de maconha vendido com receita


SÃO PAULO - Pensando nos pacientes que fazem uso da maconha medicinal, empresa dos Estados Unidos lança refrigerante à base da erva.


A Dixie Elixirs vende seus produtos somente para pessoas com receita; a prescrição da maconha para tratamentos médicos é uma prática legalizada em 14 estados americanos.

O objetivo dos fabricantes é fornecer os efeitos associados ao uso da planta sem a necessidade de se fumar. Segundo a empresa, o principal objetivo é permitir que os pacientes usufruam sem o estigma geralmente associado a quem fuma maconha – ou, como informa o próprio site, a bebida permite “apreciar com discrição” e é “conveniente, discreta e potente”.
O refrigerante está disponível em oito sabores: limonada, chá doce, limonada rosa, morango, laranja, uva, cerveja e melancia com hortelã (esta última uma dose mais forte, potente, da planta).
A erva usada é orgânica, majoritariamente Cannabis Sativa, e cultivada no Colorado.
A empresa avisa que a bebida pode ser usada sozinha ou associada a outros tratamentos médicos da maconha. Segundo o site, o processo de carbonação do refrigerante (quando o dióxido de carbono é dissolvido) traria um alívio mais rápido ao paciente.
A bebida vem em garrafas recicláveis e só poderá ser vendida mediante apresentação da receita. Estima-se que, nos Estados Unidos, meio milhão de pessoas possuam aval médico para consumir maconha.
No mês que vem, no entanto, a situação pode mudar. É que a Califórnia realiza em novembro um plebiscito para decidir se irá ou não legalizar a comercialização e uso da planta para fins não medicinais (a chamada maconha recreativa). Caso seja aprovada, a liberação permitiria que todo o estado consumisse o Dixie Elixirs sem receita. 

FONTE: http://info.abril.com.br/noticias/ciencia/refrigerante-de-maconha-vendido-com-receita-20102010-26.shl

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Antes um assunto delicado, maconha agora une famílias nos EUA

Para os ritos de passagem de meia-idade, algumas famílias estão acrescentando outro elemento: a compra de maconha para pais idosos.
Bryan, 46 anos, um escritor que vive em Illinois, começou a fornecer maconha a seus pais há cinco anos, depois que ele lhes contou sobre o seu próprio uso. Quando estava crescendo, ele contou, seus pais eram muito rigorosos com as drogas ilegais.  "Nós o teríamos castigado ", disse sua mãe, que tem 72 anos.


Foto: AP
 
Plantação de maconha em fazenda na Califórnia, EUA
Mas com a idade e a crescente aceitação da maconha medicinal, seus pais ficaram curiosos. Seu pai tinha uma doença cardíaca, sua mãe sentia tonturas e náuseas, e ambos estavam preocupados com a doença de Alzheimer e o câncer. Eles leram algumas pesquisas e decidiram que a maconha valia o teste.
Bryan, que, como outros entrevistados para a reportagem se recusou a usar seu nome completo por razões jurídicas, começou a fazer brownies com a droga.
O Estado de Illinois não permite o uso medicinal da maconha, embora 14 Estados e o Distrito de Colúmbia o façam nos Estados Unidos.
Drogas pesadas
Na sua idade, sua mãe disse, eles não estavam preocupados que o uso os levaria a drogas mais pesadas, algo que tinha sido uma de suas preocupações com Bryan.
A história dessa família ainda é rara. Menos de 1% das pessoas acima de 65 anos disseram ter fumado maconha no ano passado, de acordo com uma pesquisa realizada em 2009 pelo governo federal. Mas, conforme a geração que abraçou a maconha na adolescência passa à meia idade, os médicos esperam ver um uso cada vez maior de maconha por seus pacientes idosos.

De pessoas com idades entre 50 e 65 anos, 4% disseram ter fumado maconha – um número cerca de seis vezes maior do que o de pessoas de 65 anos ou mais – sugerindo que eles eram mais propensos a continuar os padrões de uso de drogas que estabeleceram em sua juventude.
Em ambos os grupos etários, a taxa de uso de maconha foi muito baixa, cerca de 1 em 800 pessoas.
Os canabinóides, agentes ativo da maconha, se revelaram promissores como analgésicos, especialmente para dor decorrente de danos nos nervos, disse o Seddon R. Savage, especialista em dor e presidente da Sociedade Americana da Dor, um grupo de profissionais da área médica.
Dois medicamentos com canabinóides são aprovados para uso no país, mas apenas para tratar náuseas e perda de apetite. E, embora estudos preliminares sugiram que os canabinóides podem ajudar no combate ao câncer e reduzir os espasmos em pessoas com esclerose múltipla ou doença de Parkinson, os resultados têm sido mistos.
*Por John Leland

 FONTE:http://ultimosegundo.ig.com.br/mundonyt antes+um+assunto+delicado+maconha+agora+une+familias+nos+eua/n1237804175457.html

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Jornal dos EUA lança suplemento sobre uso medicinal da maconha

O jornal norte-americano Colorado Springs Independent lançou, na última semana, um suplemento publicitário que fala sobre o uso medicinal da maconha. O "ReLeaf", que faz alusão às palavras "relief" (alívio) e "leaf' (folha), tem 48 páginas com anúncios de estabelecimentos como Healthy Connections (Conexões Felizes, em tradução livre) e Happy Buddah (Buda Feliz).
Segundo informações da Agência Globo, o novo suplemento atraiu mais anunciantes ao jornal, que contratou um repórter e promoveu três funcionários. Uma propaganda de página inteira no "ReLeaf" foi vendida por US$ 1,1 mil. 
Além do caderno sobre os efeitos medicinais da erva, o Independent lançou a coluna "CannaBiz", trocadilho com o nome científico da maconha - Cannabis sativa -, que faz um mapeamento de notícias sobre o tema em todo o país.
Além do jornal do Colorado, outras publicações também têm atraído anunciantes em estados onde o uso medicinal da maconha é liberado, como a Califórnia e Montana. A utilização terapêutica da erva também é liberada na Holanda, Reino Unido e Canadá, e serve como analgésico, estimulador de apetite e para controlar vômitos. 

FONTE: http://portalimprensa.uol.com.br/portal/ultimas_noticias/2010/10/06/imprensa38519.shtml

Maconha se populariza entre idosos por benefícios medicinais

The New York Times

(Brand X Pictures)
Algumas famílias estão acrescentando um novo ritual de passagem à meia-idade: a compra de maconha pelos filhos aos pais que estão envelhecendo. Bryan, um escritor de 46 anos que vive em Illinois (EUA), é quem busca a droga para seus pai - doente cardíaca - e sua mãe - que sente tonturas e náuseas. O casal, que teme ser acometido pelo Alcheimer, decidiu experimentar o método alternativo há cinco anos, depois de analisar pesquisas já realizadas.
Bryan, que pediu para não ter o sobrenome divulgado, começou a fazer bolos e biscoitos com a droga como um dos ingredientes. Em Illinois o uso medicinal de maconha ainda não está legalizado, embora ele seja feito com frequência em 14 estados e no Distrito de Colúmbia. Com a idade já avançada, acima dos 70 anos, não existe a preocupação dos pais de Bryan de se viciarem ou serem levados a drogas mais pesadas. "Nós temos preocupações com a lei, mas não iria deixar de comer os biscoitos e passar de novo pelo que passei", conta a mãe, que teve suas crises reduzidas. "Claro que, se for apanhada, terei de parar de usá-los", ressalva.
A história dessa família ainda é rara. Menos de 1% das pessoas com mais de 65 anos afirmam ter fumado maconha no ano passado, de acordo com uma pesquisa realizada pelo governo americano. Contudo, à medida que a geração que abraçou a maconha na adolescência chega à meia-idade, deve-se observar um número maior de adeptos, acreditam os médicos. "Creio que o uso medicinal da maconha em idosos será maior no futuro", destaca Dan Blazer, professor de psicologia geriátrica na Universidade Duke, que estou o uso e o abuso de drogas entre idosos.
Na faixa entre 50 e 65 anos, a taxa de pessoas que disseram fumar maconha está em quase 4%, o que sugere que eles são mais propensos a seguir o padrão de uso da droga. Em ambos os grupos, o índice de abuso foi considerada muito baixa: cerca de 1 em 800.

Benefícios - Estudos observaram que os agentes ativos da maconha têm efeitos significativos como analgésicos, especialmente em dores decorrentes de danos nos nervos, disse Seddon Savage, especialista em dor e presidente da Sociedade Americana da Dor, um grupo de profissionais da área médica. Dois medicamentos feitos à base da droga foram aprovados para uso nos Estados Unidos, mas apenas para tratar náuseas e perda do apetite. E embora estudos preliminares sugiram que estes agentes possam ajudar no combate ao câncer e reduzir espasmos em pessoas com esclerose múltipla ou Parkinson, os resultados ainda não são conclusivos. Especialistas chamam a atenção, também, aos efeitos colaterais, como interferência na pressão arterial. Por isso, é necessário avaliar sua combinação com outros medicamentos antes de adotar o tratamento.

FONTE: http://veja.abril.com.br/noticia/saude/maconha-se-populariza-por-beneficios-medicinais

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Empresa americana revela projeto para fábrica de liamba (maconha, marijuana ou Cannabis)


Uma organização americana chamada Gropech apresentou um projeto que propõe ser a primeira fábrica de maconha medicinal dos Estados Unidos. Um vídeo com uma simulação do que seria a incubadora de cannabis foi publicado no site da ONG e teve repercussão em meios como a revista americana Times, que o reproduziu em sua página web. A Gropech se auto-descreve como uma instituição mantida por 'empresários autrístas' que pretende, com a fábrica, gerar renda extra para a cidade e aplicá-la na melhoria da qualidade de vida de seus 400 mil habitantes.A ideia da iniciativa é mostrar que a maconha pode ser produzida em massa para fins medicinais num futuro próximo. Que é possível cultivar a erva maximizando o espaço, com controle ambiental necessário para sua produção - sem contaminação das plantas - e com transparência no processo de cultivo.A fábrica seria inserida na cidade de Oakland - a primeira dos Estados Unidos a liberar esse tipo de instalação -, no estado da Califórnia, e teria cerca de 5.500 m². Ela poderia abrigar até 30 mil cannabis que gerariam 50 milhões de dólares por ano. 

ContextoA Califórnia é um dos 14 estados americanos que já liberaram a maconha para o uso medicinal e onde movimentos para a liberação da erva também para uso recreativo têm ganhado mais força. Nesta semana, o governador Arnold Schwarzenegger abrandou a pena para quem é pego com a droga, desde que seja para consumo próprio. O que era visto com um crime leve, agora é apenas uma infração. No dia 19 deste mês os californianos vão as urnas para dizerem se concordam ou não com a Emenda 19, que pretende legalizar e taxar a maconha seguindo o modelo que é aplicado em relação ao álcool.Uma organização americana chamada Gropech apresentou um projeto que propõe ser a primeira fábrica de maconha medicinal dos Estados Unidos. Um vídeo com uma simulação do que seria a incubadora de cannabis foi publicado no site da ONG e teve repercussão em meios como a revista americana Times, que o reproduziu em sua página web. A Gropech se auto-descreve como uma instituição mantida por 'empresários autrístas' que pretende, com a fábrica, gerar renda extra para a cidade e aplicá-la na melhoria da qualidade de vida de seus 400 mil habitantes.A ideia da iniciativa é mostrar que a maconha pode ser produzida em massa para fins medicinais num futuro próximo. Que é possível cultivar a erva maximizando o espaço, com controle ambiental necessário para sua produção - sem contaminação das plantas - e com transparência no processo de cultivo.A fábrica seria inserida na cidade de Oakland - a primeira dos Estados Unidos a liberar esse tipo de instalação -, no estado da Califórnia, e teria cerca de 5.500 m². Ela poderia abrigar até 30 mil cannabis que gerariam 50 milhões de dólares por ano. 



FONTE: Yahoo! - http://www.zwelangola.com/ler.php?id=3432

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Cientistas criam biodiesel de maconha

Pesquisadores da Universidade de Connecticut, nos Estados Unidos, descobriram que a fibra da Cannabis sativa (nome científico da maconha), chamada de cânhamo industrial, tem propriedades que a tornam uma matéria-prima viável e atraente para a produção de biodiesel, um combustível sustentável feito de plantas renováveis.
O combustível feito de maconha apresentou uma alta eficiência de conversão – 97% do óleo foi convertida em biodiesel – passou em todos os testes do laboratório e até apresentou propriedades que sugerem que pode ser usado em temperaturas mais baixas do que qualquer biocombustível do mercado.

A capacidade da planta de crescer em solo infértil também diminui a necessidade de cultivá-la em lavouras, que podem ser usadas para o plantio de alimentos, explica Richard Parnas, professor de química, de materiais e de engenharia biomolecular, que chefiou o estudo.

O cânhamo industrial é plantado em muitas partes da Europa e da índia. A fibra do caule da planta é forte e, até o desenvolvimento de fibras sintéticas nos 1950, era o principal produto usado em todo o mundo para fazer cordas e roupas.

Hoje, em alguns países, a Cannabis ainda é usada como uma fibra, principalmente por não precisar de muita água e de fertilizantes. Mas as sementes, que contêm os óleos naturais da planta, geralmente são jogadas fora.

Parnas diz que são exatamente elas que podem ser usadas para virar combustível. O cientista explica que "alguém que planta cânhamo consegue produzir combustível suficiente para fornecer energia para toda a fazenda a partir das sementes".

Com a ajuda de seus alunos, Parnas usou óleo de semente de maconha virgem para criar biodiesel por meio da transesterificação, o processo mais usado atualmente para a produção de biodiesel. O grupo testou as características do combustível no laboratório de testes do Centro de Ciências Ambientais e Engenharia da universidade.

Recentemente, a universidade americana patenteou um sistema de reator que pode ser adaptado para fazer biodiesel a partir de várias matérias-primas, incluindo a maconha.

Parnas e sua equipe deverão construir uma fábrica de biodiesel, bancados pelo Departamento de Energia americano. O reator será capaz de produzir até 200 mil galões de biodiesel por ano. Embora essa quantidade seja pequena em relação aos reatores de biodiesel comerciais, a principal tarefa da instalação será testar novas formas de produzir o combustível.


FONTE: http://www.administradores.com.br/informe-se/cotidiano/cientistas-criam-biodiesel-de-maconha/38773/

domingo, 12 de setembro de 2010

Neurocientista defende uso medicinal da maconha em livro

Entrevista realizada por Tahiane Macêdo e Ingrid de Andrade, estudantes de graduação do curso de Comunicação Social da UFRN, com o neurocientista Sidarta Ribeiro.





 
Sidarta Ribeiro explica como a droga ilegal mais consumida no mundo sai da posição de vilã para promessa da medicina e da neurociência
Sidarta Ribeiro é mais jovem do que se espera de alguém com um currículo acadêmico tão extenso. Com 40 anos é doutor em Neurociências pela Universidade Rockfeller (EUA,2000). Concluiu o Pós-doutorado pela Universidade Duke (EUA) em 2005, ano em que regressou ao Brasil como diretor de Pesquisas Científicas do Instituto Internacional de Neurociências de Natal Edmond e Lily Safra (IIN-ELS). É ainda professor colaborador da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, pesquisador do Instituo de Ensino e Pesquisas do Hospital Sírio Libanês, e Pesquisador-colaborador da Duke University. Escreveu em co-autoria com Renato Malcher-Lopes o livro “Maconha, cérebro e Saúde”, onde descreve as propriedades medicinais, desmistifica e esclarece mitos sobre os efeitos psicológicos e comportamentais da maconha.
No livro você diz que “a maconha representa uma das mais promissoras fronteiras no desenvolvimento da neurobiologia e da medicina”. Qual é a sua importância científica?
A maconha tem mais de 70 substâncias diferentes, com ação psicoativa. Essas substâncias são pouco conhecidas, mas tem efeitos terapêuticos. Quanto mais a conhecemos mais vemos que ela tem efeitos terapêuticos. Do ponto de vista da medicina ela pode ser fonte de muitos remédios diferentes, e uma fonte barata. Do ponto de vista da neurociência, ela é, certamente, fonte de problemas científicos. O que cada uma dessas 70 substâncias fazem no hipocampo, no córtex, no cerebelo, no tálamo? E não é por acaso. A maconha foi selecionada ao longo do tempo para ter propriedades medicinais. Foi usada pelos xamãs do passado porque não existiam antibióticos, antidepressivos, ou analgésicos. Existiam as plantas e essas plantas “sagradas” foram selecionadas para terem propriedades medicinais. A maconha é só mais um caso.
Que barreiras a ilegalidade da planta impõe às pesquisas científicas?
Muitas. É muito difícil fazer esse tipo de pesquisa. Tem empresas nos Estados Unidos que vendem análogos químicos de substâncias encontradas na maconha, mas no Brasil não é possível comprar essas substâncias. Algumas pessoas conseguem, mas com autorizações muito especiais, é uma coisa complicada. No livro eu cito alguns pesquisadores que tem uma tradição no Brasil, porém são poucos nomes.
O livro fala da descoberta de moléculas receptoras as quais o THC se liga, tanto no cérebro quanto nos principais sistemas periféricos do organismo, formando um sistema conhecido como endocanabinóide. Como funciona esse sistema?
Os receptores para os canabinóides estão no cérebro inteiro, principalmente em regiões de memória, regiões de equilíbrio de coordenação motora. São lipídios que são sintetizados na membrana e tem efeitos no neurônio pré-sináptico, que nós chamamos de efeito retrógrado.
Como a cannabis atua nesse sistema?
Ela atua nos receptores canabinóides ativando os receptores CB1. Onde houver receptor haverá efeito. A maconha tem 70 canabinóides, é um coquetel de compostos. Alguns ativam os receptores, outros não.
Que tipos de doenças podem ser tratadas com maconha?
Vários tipos de doenças diferentes, mas é uma pesquisa que ainda está em execução. O que está bastante claro é o caso do glaucoma que é o tratamento por diminuição da pressão intra-ocular, como ansiolítico, é evidentemente eficaz, e no caso dos sintomas do câncer.
Contrariando o argumento de que ela causa câncer, no livro você fala da ação antitumoral da planta. Como isso funciona?
Não existe nada comprovando cientificamente que maconha causa câncer. Tabagismo causa câncer. Talvez o seu principal problema seja o tabagismo. Mas ela não necessariamente precisa ser fumada. Se fosse legalizada, poderiam existir produtos disponíveis, que não agridem a saúde. Essa história do câncer começou nos anos 60. Havia toda uma tentativa de dizer que maconha era muito ruim, então essas pesquisas eram financiadas já com o resultado embutido. Existem algumas pesquisas desse período que dizem que ela causa câncer. Os dados citados no livro são do instituto nacional do câncer dos EUA. Após 13 semanas [de experiências com THC em ratos] eles não associaram nenhum efeito patológico ao THC. Inclusive os animais sobreviveram mais e houve uma redução dos tumores nesse estudo em particular. É claro, que tudo isso depende da dose.
Quanto seria uma dose moderada?
Não me arrisco a dizer. Não posso dizer o que é uma dose segura, até porque é uma droga ilegal e ainda está em discussão na sociedade se pode, ou não, ser usada. O que eu posso afirmar é que não é uma droga que causa overdose. Outras drogas podem causar overdose, legais e ilegais. Toda a discussão do público deve passar por informações sobre as doses que causam diferentes efeitos.
Como ela funciona no tratamento de doenças crônicas como o glaucoma?
Estas doenças podem ser tratadas de várias maneiras. No caso do glaucoma, a maconha claramente diminui a pressão intra-ocular, então favorece o tratamento da doença. Por ter 70 substâncias psicoativas e bioativas diferentes, acaba sendo um remédio para muitos males diferentes. É possível que daqui a algum tempo, com o avanço das pesquisas, algumas substâncias possam ser isoladas. Mas isso não é de interesse da indústria farmacêutica, porque ela vende muito caro os remédios que patenteia e uma planta não pode ser patenteada.
O uso da maconha pode vir a substituir analgésicos, em alguns tratamentos, como o do câncer?
Maconha não é exatamente um analgésico, mas ela diminui bastante a ansiedade e torna a dor mais suportável. Para pacientes com câncer, por exemplo, ela pode ser muito útil. E ela é usada, nos Estados Unidos, legalmente para medicina, principalmente nesses casos, pois ela aumenta o apetite e diminui a ansiedade. Isso faz com que o paciente suporte melhor o tratamento. Nesse caso você não está tratando a causa da doença, está tratando os efeitos causados pelo tratamento. É muito importante, porque uma pessoa que está submetida à quimioterapia passa muito mal. Vomita, não quer se alimentar, fica deprimida. A maconha melhora esse perfil, tornando a pessoa mais insensível à dor e mais capaz de contemplar a vida, apesar do que está acontecendo.
O consumo in natura pode substituir remédios para ansiedade?
Tudo indica que sim. Lembrando que, da forma inalada ela está associada ao tabagismo, então é provável que, se a maconha for legalizada para uso medicinal, outras formas de administração podem ser desenvolvidas.
No livro você fala da ação neuroprotetora da planta, contrariando uma antiga crença de que ela mata os neurônios. Como funciona essa ação neuroprotetora?
Existem algumas evidências de que ela pode funcionar de maneira a proteger contra a toxicidade causada, até mesmo, pelo próprio sistema. E se tem evidências de que pode favorecer a neurogênese, a formação de novos neurônios, no hipocampo em particular, que é uma região associada à memória. Existe um artigo em particular na literatura que diz que a maconha pode ter um efeito antidepressivo de longo prazo pela ativação de neurogênese no hipocampo. Essa é uma pesquisa recente e ainda precisa ser aprofundada, mas é bem diferente do que se falava tradicionalmente.
Quais são os grupos de risco em relação ao uso da maconha?
A gente fala no livro dos quatro grupos importantes: gestantes, jovens, pessoas com depressão crônica e pessoas psicóticas ou borderline, ou seja, pessoas que não tiveram o surto, mas podem ter. Isso é um pouco difícil de julgar. Como se pode saber que a pessoa vai ter se ela ainda não teve? Eu acredito que os dois lados do debate tem que ter equilíbrio. Pessoas que são totalmente contra, que acham que maconha é igual a  crack e heroína, tem que se informar, porque não é. E pessoas que são totalmente a favor e acham que maconha é bom para tudo também. Uma coisa que é importante que as pessoas que são pró-maconha têm que entender é que ela não é uma droga que não causa riscos pra qualquer pessoa. Existem grupos de risco. Qualquer substância tem grupos de risco.
O seu uso exclusivamente recreativo pode trazer benefícios à qualidade de vida das pessoas?
Acredito que a maior parte das pessoas usa de modo recreativo, não medicinal.  Se elas usam é porque acham que traz benefícios. Podem dizer “Mas isso também vale para o crack. Usa crack porque acha bom” e no caso do crack é uma grande armadilha. Porque a pessoa acha bom e está morrendo, destruindo o cérebro, destruindo o fígado, o pulmão, as vias respiratórias. Pode não conseguir sair daquela doença por causa do vício. No caso da maconha não é assim, ela não causa nada parecido com isso. Os malefícios principais são os do tabagismo, que são muito menos graves, embora eu ache que devam ser mencionados. Por outro lado ela causa sensações de bem estar. As pessoas dizem que gostam de usar aquilo pra aumentar a criatividade, sensibilidade etc. Eu sou da opinião de que não faz sentido liberar a maconha e proibir a cachaça. Eu acho que nós deveríamos  ter uma atitude mais racional, mais formada pela ciência, que respeite mais as liberdades individuais e que proteja as pessoas com informação. Se uma pessoa souber de antemão que crack é quase um veneno de rato, é improvável que ela vá consumir. Temos que proteger o jovem das drogas e dar-lhes informação. Para que, quando ele for adulto, possa escolher, entre as drogas legais, aquelas que ele vai usar. E ai entra a discussão: por que é legal comprar um litro de cachaça e não legal comprar um grama de maconha? Mas isso é uma situação histórica que tem razões históricas e políticas, não científicas. Coisas que a sociedade tem que negociar.

Existe muita resistência da camada mais conservadora da sociedade de que ela possa trazer certos benefícios. Você acha que os argumentos pró-maconha podem vir a ser mais aceitos pela sociedade?
É uma tendência natural. Essa discussão está cada vez mais em pauta. Fernando Henrique Cardoso também está na linha de frente dessa discussão, e ele certamente não é um maconheiro cabeludo que quer defender a maconha só porque gosta. Ele quer dizer que a guerra contra as drogas não funciona. Não é um problema de polícia, é um problema de saúde pública. Não deveriam matar ninguém pra impedir essa pessoa de se drogar. Nós deveríamos dar informação a essas pessoas, para se protegerem das drogas que fazem mal e das doses que fazem mal. E para que possam usar as drogas que causam bem, como a gente usa o café, os remédios, os antibióticos...