quarta-feira, 3 de novembro de 2010

A prop. 19: o que deu errado?


Não foi desta vez que conseguimos mudar a legislação perante o uso recreativo da maconha. A Califórnia, um dos estados mais populoso dos Estados Unidos, votou no plebiscito ontem, dia 02.11, pela legalização da maconha e, infelizmente, perdemos com 54% dos votos para que tal medida não fosse aprovada. Isto denota ainda um conservadorismo por parte das pessoas que votaram e que justificaram sua posição através de discursos que passavam pela idéia da aumento do uso da substância entre adolescentes e, por incrível que pareça, as pessoas que comercializam maconha medicinal e que temiam que seus lucros fossem negativados.

Foi uma batalha perdida para todos nós, movimentos e coletivos antiproibicionistas do mundo inteiro,  ter a primeira experiência de legalização da maconha. Mas podemos visualizar que o simples fato de ter havido um plebiscito desta natureza irá estimular o debate em outros países, incitará a mídia a divulgar notícias que fujam da idéia disseminada que a maconha é uma "erva do mal", podendo haver possibilidade de outros plebiscitos dessa natureza em outros paises.

No Brasil, acreditamos que isso irá demorar muito tempo para ocorrer. É preciso, em primeiro lugar, elevarmos os termos do debate. Ainda são poucos os que optam por fazer a defesa da maconha para seu uso medicinal e recreativo, assim como são poucos os que na sociedade acreditam que a legalização é a saída para o combate ao tráfico de drogas, e para a humanização no tratamento de usuários tóxico-dependentes.

Apesar de termos perdido com a diferença de 8%, surgem esperanças para que isto volte a entrar no debate e, quem sabe, posteriormente pensar a reavaliação desse plebiscito. Enquanto isto, aumentaremos o número de mortos pelo tráfico,  usuários dependentes de drogas desassistidos e usuários criminalizados.

Um comentário:

  1. Que merda!

    massss... dos males, o menor: a diferença foi pequena, e o debate está aberto, e se esses 46% correrem atrás e não pararem a pressão, de forma ideológica e sem necessidade de decidir pela maioria dá para fazer a diferença!

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