domingo, 5 de setembro de 2010

UFRN instala comissão de prevenção de drogas

UFRN instala comissão de prevenção e combate de drogas no Campus Universitário



O consumo de drogas é considerado hoje um problema grave que atinge todas as camadas sociais do país e a Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como forma de combater o aumento do consumo de drogas no âmbito universitário, instalou nesta quarta-feira, primeiro de setembro, a Comissão Interdisciplinar de Prevenção e Combate a Drogas Lícitas e Ilícitas no Campus Universitário.


Para compor a Comissão foram convocados membros representantes do Departamento de Serviço Social, Diretório Central dos Estudantes (DCE), Hospital Universitário Onofre Lopes (HUOL), Departamento de Comunicação Social (DECOM), Departamento de Assistência ao Servidor (DAS), e a Divisão de Segurança Patrimonial. O grupo será presidido pelo professor do curso de Serviço Social, João Dantas Pereira.


A reunião de instalação da Comissão foi aberta pela vice-reitora, que destacou a importância da iniciativa. “A UFRN é uma Instituição atuante em várias áreas do conhecimento, logo precisa desenvolver ações específicas para combater esse problema que se alastra em nossa Universidade. A Comissão visa a oferecer prevenção e cuidado para as pessoas usuárias de drogas”, afirma. Segundo ela, a criação da comissão está prevista na Resolução Nº 053/2009, do Conselho de Administração (CONSAD), que regulamenta procedimentos administrativos de prevenção e combate a drogas lícitas e ilícitas no âmbito da UFRN.


Ângela Paiva lembrou que as primeiras reuniões para discutir a prevenção e combate ao uso de drogas na Universidade datam de 2007, quando o reitor Ivonildo Rêgo se reuniu com diretores de centros acadêmicos, que solicitaram providências urgentes. “A Universidade passava por um momento bastante grave”, destacou a vice-reitora, que disse ser esta uma questão prioritária da Instituição. 

COMISSÃO

Sob a presidência do professor João Dantas, do Departamento de Serviço Social, a comissão é composta pela assistente social Adelaide Maria Morais Avelino, e pelo servidor Sérgio George de Oliveira, do Departamento de Assistência ao Servidor (DAS); professor Aryovaldo de Castro Azevedo Júnior, do Departamento de Comunicação Social; enfermeira Juçara Machado Sucar e psicóloga Letiene Pessoa de Medeiros, do Hospital Universitário Onofre Lopes; o aluno Thomas Kefas de Souza Dantas, do Diretório Central dos Estudantes; e os servidores Rubens Matias de Sousa e Moisés Alves e Souza, da Divisão de segurança da UFRN.


O professor João Dantas também ressaltou que o grupo pretende desenvolver ações eficazes em três vertentes: prevenção, tratamento e repreensão. “Precisamos do engajamento da Universidade como um todo, pois se trata de um problema social que atinge não só alunos como também servidores”, diz.


Os procedimentos adotados para atuação da nova Comissão, segundo a resolução do CONSAD, vão contemplar ações sistemáticas de prevenção, como campanhas publicitárias permanentes, cujo roteiro foi apresentado durante a reunião, realização de eventos na Semana Nacional Antidrogas, palestras, seminários, debates, institucionalização de parcerias com a Secretaria Estadual de Defesa Civil, Conselho Estadual de Entorpecentes (CONEN) e outras entidades afins. Além dessas, haverá ações de tratamento, por meio do apoio psicossocial e clínico aos usuários, e de repreensão através do combate à aquisição, guarda, depósito, transporte ou porte de substâncias entorpecentes nas instalações da UFRN.



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O que é interessante nisso é que sabemos que a maconha será a primeira a entrar na lista das drogas. E o pior de tudo isso é que nesta reunião sobre "prevenção" das drogas não foram chamados nenhum dos integrantes do Coletivo , que são estudantes da UFRN e que todos têm conhecimento disso, para que seja possível um debate no mínimo "democrático".


Foram realizados discussões dentro da universidade para colocar no foco do debate essa postura assumida pela UFRN. Sabemos que essa "publicidade" foi "encomendada" aos estudantes de publicidade desta instituição como trabalho avaliativo obrigatório, ou seja, não fora respeitado nem a posição dos alunos que eram contra esse tipo de postura pois, graças a um ensino meritocrático vigente no Brasil, estes alunos não seriam aprovados na disciplina caso se negassem a realizá-lo.


O que estamos colocando aqui não é o fato de sermos contra a política de conscientização sobre as drogas, muito pelo contrário. O problema é que estes que desempenham esse papel sequer têm conhecimento acerca da política de redução de danos à saúde pelo uso indevido de drogas e acaba por abordar o tema de forma irresponsável, e que finda por apresentar resultados inexpressivos no combate dos malefícios provocado pelo uso contínuo e descontrolado de entorpecentes. Não se coloca em momento algum nestes trabalhos de alerta o uso medicinal  e recreativo da cannabis, excluindo a postura do diretor de pesquisas científicas do Instituto Internacional de Neurociências de Natal Edmond e Lily Safra (IIN-ELS), Sidarta Ribeiro, que escreveu o livro "Maconha, Cérebro e Saúde" em parceria com Renato Malcher-Lopes, alertando para as pesquisas que são desenvolvidas nessa área comprovando a inexistência de males ocasionados pelo uso da maconha.



Porém, sabe-se que o intuito desta campanha não é apenas para alertar sobre as conseqüências negativas das drogas como o cigarro, o álcool, o crack, a cocaína, etc.  Além de terem como alvo acabar com o consumo de maconha nos setores de aula, essa justificativa é utilizada para legitimar a repressão dentro da universidade aos usuários, tornando o espaço da construção do saber e do desenvolvimento acadêmico em um ambiente castrador onde impera uma moral hipócrita, conservadora e anacrônica.

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